quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Roda Pião

após viver quase um terço de século. chego a conclusão q ñ sou gente. Isso mesmo ñ sou gente.

Acho q pq as coisas de gente, coisas q gente faz ñ me agradam.

" Mentiras, mesquinharias e outras cossitasmas".
Lembro q morei um tempo na zona rural, e q meu sonho de consumo era comer as cocadas de dona Lulu todo dia, ai veio minha empreitada p/ realizar esse sonho e de como capitalizar minha marra e travessura em cocadas feitas no fogão a lenha.
Pensei! "tenho q ter meios de conseguir essa grana" fui ver oq eu fazia bem, p/ poder escambiar!vamos lá.matar passarinho de baladeira ñ rende grande coisas, a não ser umas canelas arranhadas de unha-de-gato.jogar peteca. essa possibilidade tá fora.futebol.sempre fui o pior jogador de futebol q tinha, acho pelo tipo físico "se é q se pode chamar aquilo de tipo".lembrei do brinquedo q podia render algo.pião. isso mesmo talhado do pau-ferro.imbatível nas rinhas da brincadeira.ai pensei se eu fizer uns 10 piões bem bacana, vou poder vender ou trocar por cocada.lá vai o magrelo gasguito a luta. Talho a talho montava um, dois, ai sentava o prego no meio fio q me servia de esmerilho.logo comecei a mandar bala na pancada de vender pião.literalmente pancada pq p/ quem nunca teve a oportunidade de ver uma rinha de pião acontece assim. Risca-se um circulo no chão cada dono de pião tem q fazer o pião rodar dentro do circulo e tira-lo de lá ainda rondando, pq se ficar um "ai lascou" o objectivo da brincadeira vira quem vai destruir o pião do oponente na ponta do prego. Seus golpes certeiros q parecem esporão de galo. meu objectivo, claro destruir o maior numero de piões possíveis.ai seria minha redenção já sentia aqueles pedaços de coco entre os dentes.brincadeira vai brincadeira vem.lá estava eu "baburrado" nas três primeiras manhãs, a janela de dona Lulu já me emoldurava. "uma cocada ai dona diquinha" . a velha já olhava p/ mim com a cara de "esse moleque tá é cheio de lombriga".
e foi o q me motivou a lutar por cocadas e sonhos. uma bela leva de ameba e lombriga. e aquela velha frase da dona Antônia "esse menino num é gente".

2 comentários:

Anônimo disse...

Num é gente meeeesmo. Mas é amado. Pense!!!
=*

Rosa Magalhães disse...

Tenho um amigo que ainda menino sonhava em comer aquelas pipoquinhas industrializadas e nunca tinha dinheiro, lá pelas bandas de Inhuma, onde nasceu. Já adulto, voltou à cidade, comprou um fardo enorme de pipoquinhas e saiu distribuindo (e comendo). Ainda hoje meus olhos marejam quando lembro dos olhos dele contando a história... e me orgulho de tê-lo como amigo há 21 anos. Bom vir aqui. Bj.

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